Como separar o greenwashing do verdadeiro compromisso sustentável

Por Luiz Ricardo Emanuelli em 08/03/2023
Certificações e ações corroboram com o compromisso autêntico da empresa pela sustentabilidade

Certificações e ações corroboram com o compromisso autêntico da empresa pela sustentabilidade

As conversas sobre greenwashing (a “maquiagem verde”) estão em pauta. Isso mostra que o interesse público pela sustentabilidade é cada vez maior, e declarações duvidosas e vagas sobre o compromisso verde de uma empresa não são mais aceitas.

Mas o que é o greenwashing?

Não é fácil defini-lo. Aliás, não existe uma definição única e reconhecida para este fenômeno. No entanto, ele diz respeio à capitalização, por meio de omissões ou mentiras, da demanda por produtos ecologicamente corretos. O greenwashing também pode ser resumido como uma estratégia de marketing (ou comunicação) utilizada por empresas que dissimulam esforços para reduzir impactos ambientais (quando na verdade não há esforço nenhum).

Quando nos referimos ao setor têxtil, essa falta de clareza (do greenwashing) pode enganar alguns players que gostariam de contar com parceiros verdadeiramente sustentáveis. Por outro lado, clientes conscientes da importância de apoiar empresas transparentes encontram-se com pouca ou nenhuma orientação, em um contexto difícil de navegar.

Como podemos lutar contra o greenwashing e como evitá-lo?

Existem algumas características que garagem a autenticidade do compromisso de uma empresa com a sustentabilidade, como consistência, tradição, ações e certificações.

O Grupo JK, por exemplo, fabricante de tintas para impressão digital têxtil, produz materiais à base d’água desde o início de sua jornada digital, em 2000. Ao analisar suas ações, podemos tomar como exemplo a embalagem BIB (Bag-In-Box), que consiste em um saco plástico flexível de PE (ou multicamadas) dentro de um papelão, usada para armazenar tintas.

A BIB reduz em 80% o uso de plástico (em comparação com as embalagens de PEAD) e oferece muitas outras vantagens. Além de garantir a melhor manutenção da tinta, graças às suas propriedades de proteção física e mecânica, a BIB é menor que os recipientes tradicionais do mercado, e isso se traduz em menores custos de armazenamento e transporte. Ou seja, um menor impacto ambiental na cadeia de suprimentos. Além disso, o invólucro de papelão externo do BIB pode ser facilmente reciclado, otimizando a circularidade nesta indústria.

As certificações podem funcionar como provas de confiabilidade. A maioria não é obrigatória, mas voluntária, e isso dá uma boa ideia do esforço de uma empresa em provar-se realmente sustentável. O Grupo JK, por exemplo, optou por cumprir regulamentos internacionais e europeus (Reach) relacionados a riscos químicos e padrões têxteis de uma cadeia produtiva amigável ao meio ambiente. Ao optar por cumprir padrões como Eco-Passaporte, ZDHC e GOTS, o Grupo JK optou pela transparência e pelo compromisso de manter seu portfólio diversificado, que inclui tintas dispersas, pigmentadas e reativas e materiais de sub-tinturas. Tais valores são intrínsecos ao Grupo JK e estão bem presentes na equipe de P&D, que trabalha constantemente para projetar novos produtos ecologicamente corretos, certificados e eficientes.

Ainda não temos uma definição final do que é greenwashing, mas temos algumas orientações sobre o que buscar no mercado.

Fonte: Grupo JK



Películas adesivas 3M Envision recebem selo GreenGuard Gold

Por Luiz Ricardo Emanuelli em 16/12/2016
Filmes para impressão, laminação e envelopamento são livres de PVC

Filmes para impressão, laminação e envelopamento são livres de PVC

Dez produtos da linha Envision, da 3M, receberam recentemente a certificação Gold do selo GreenGuard. Isso significa que os materiais atendem padrões de baixa emissão de compostos orgânicos voláteis em ambientes internos.

A certificação Gold inclui ainda fatores adicionais que levam em consideração a saúde e o bem-estar de pessoas sensíveis (como crianças e idosos), para garantir que os produtos possam ser aplicados em ambientes como escolas e instalações de saúde. Recertificações e testes periódicos são necessários para demonstrar conformidade contínua.

Os produtos da 3M que receberam o selo Gold da GreenGuard são as películas de impressão Envision LX480Cv3 e SV480Cv3, os laminados para envelopamento Envision 8548G e 8549L, os filmes de impressão Envision 48-20, 48-20R, 48C-20 e 48C-20R e as películas para laminação Envision 8048G e 8050M.

A linha 3M Envision é composta por películas adesivas sustentáveis e de alto desempenho, com uma ampla gama de acabamentos e texturas para aplicações em veículos, paredes, janelas e superfícies lisas e texturizadas.

Segundo a 3M, a empresa tem pesquisado e desenvolvido produtos de ponta, mais sustentáveis e que causem impactos positivos entre as empresas que procuram ser mais sustentáveis.

Fonte: 3M



A impressão digital em tecidos como ferramenta para reduzir impactos ambientais

Por Luiz Ricardo Emanuelli em 23/07/2016
Além das qualidades técnicas e produtivas, a impressão digital têxtil pode ser uma grande ferramenta de sustentabilidade

Além das qualidades técnicas e produtivas, a impressão digital têxtil pode ser uma grande ferramenta de sustentabilidade

Os argumentos para a adoção de tecnologias de impressão digital têxtil são os mesmos usados em outros segmentos: possibilidade de estampar peças sob medida e em curto prazo, personalização e produção sob demanda. Além disso, a impressão digital reduz desperdícios e aumenta o controle sobre custos por minimizar o inventário. Mas há um benefício que parece superar todos os outros: a sustentabilidade.

Depois da agricultura, a produção têxtil é a maior poluidora de água do mundo, por causa sobretudo dos processos de tingimento. O Banco Mundial estima que o setor de tecidos é responsável por mais de 20% da poluição da água industrial. Para se ter uma ideia, de acordo com o governo britânico, a indústria têxtil do Reino Unido produz anualmente 3,1 milhões de toneladas de CO2, 2 milhões de toneladas de resíduos e 70 milhões de toneladas de água.

Fica pior. O tratamento, o tingimento e a lavagem dos tecidos também causam impactos no ar e no solo. Mais de 2 mil produtos químicos, como benzidina, toluidina, amoníaco, cloro e metais pesados são utilizados em vários agentes antiespumantes, corantes, detergentes e branqueadores.

A produção têxtil lida com dezenas de químicos tóxicos, como formaldeído, cloro, chumbo e mercúrio, que são despejados em cursos de água. Nitrogênio e óxidos de enxofre são emitidos de caldeiras, e apesar de os refugos têxteis poderem ser reciclados, grande parte deles acaba sendo direcionada a aterros.

Tecnologias que atenuam os impactos negativos na produção têxtil devem ser bem-vindas, sobretudo por grandes marcas que buscam melhorar seu desempenho socioambiental. A impressão digital é essa tecnologia. Ela é ainda pouco explorada no mercado têxtil. No entanto, está ganhando terreno, sobretudo entre empresas que precisam reduzir estoques e resíduos. Tecnologias como a Kornit Vulcan empregam um processo livre de água e trabalham com fibras naturais, sintéticas e mistas.

A impressão digital está avançando e tornando mais fácil adicionar determinadas características aos tecidos. Além disso, há revestimentos que podem conferir propriedades isolantes ao tecido ao bloquear a radiação infravermelha.

Tecidos podem receber revestimentos que amaciam e repelem insetos, fungos e micróbios, ou para torná-los retardante ao fogo e proteger o usuário de radiação UV. Os tecidos podem ser tratados para repelir sujeira e água ou para serem condutivos ou receber impressão com material fotovoltaico.

Levar essas informações aos grandes players da indústria têxtil deve ser o objetivo de todos os fabricantes de impressão digital têxtil. Devemos aprender com as experiências no setor comercial, o qual levou anos para reconhecer a impressão digital como um concorrente tecnológico válido.

O conhecimento sobre os benefícios da impressão digital nos setores de moda e tecidos ainda é pequeno, e isso tem de mudar.

 

Esse artigo foi escrito por Laurel Brunner e publicado no site da Fespa em 18 de julho de 2016. O Portal InfoSign foi responsável por traduzir e adaptar o texto.