Evento presencial supera expectativas de participantes
Em seu retorno ao presencial, a FuturePrint 2022, feira de tecnologias de serigrafia, impressão digital e comunicação visual, realizada de 20 a 23 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo, reuniu mais de 600 marcas e mais de 40 mil pessoas, que conferiram atrações paralelas e soluções abrangentes de sinalização, impressão têxtil, impressão 3D, corte e gravação, sublimação, decoração de interiores, sinalização digital, entre outras.
A diretora da feira, Liliane Bortoluci, destacou que a euforia de expositores e visitantes foi marcante: “Havia muita expectativa e o resultado com os negócios concluídos foi muito positivo. Os visitantes encontraram o que vieram procurar: negócios e lançamentos”, apontou. Nos fóruns, os participantes puderam, na opinião de Liliane, conhecer novas perspectivas e caminhos para atuar no mercado. “Levamos muita informação técnica para empreendedores e para quem ainda está pensando em iniciar no setor”, disse.
“Sensacional” foi o termo utilizado pelo gerente nacional de vendas da Serilon, Geverson Freitas. “Todos estavam esperando o retorno da feira FuturePrint, porque é a melhor feira do segmento. Fechamos muitos negócios desde o primeiro dia, com a presença de decisores, empresas de outros estados”, complementou.
A reputação e a capacidade de o evento gerar negócios continuam sendo os grandes diferenciais da feira, de acordo com Anderson Clayton, presidente da Roland DG no Brasil. “A FuturePrint sempre foi de extrema importância e continua muito relevante. Mesmo com os acontecimentos cada vez mais digitais, o brasileiro precisa ainda desse contato próximo, ele quer conhecer de perto as soluções e conversar com fornecedores”, destacou.
A FuturePrint 2023 já está marcada para ocorrer entre os dias 12 e 15 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo. Segundo Liliane, a próxima edição contará com ainda mais novidades, lançamentos e astral positivo.
Novidades no setor têxtil
Os visitantes da FuturePrint 2022 encontram diversos lançamentos e inovações têxteis. Entre elas, a nova a Calandra da Delta Máquinas, que conta com um sistema especial de aquecimento capaz de manter a temperatura uniforme em toda a circunferência do cilindro térmico. “A máquina pode ser utilizada para a sublimação em rolos e para peças cortadas, e seu sistema de aquecimento e resfriamento é automatizado. Possui ainda opções de ajustes de temperatura, metragem e velocidade, contendo diversos dispositivos para garantir total aderência ao processo produtivo das empresas”, descreveu Fábio, da Delta Máquinas.
Para o mercado têxtil, a Epson apresentou a linha SureColor F, composta pelas impressoras sublimáticas F637, F10070H e F9470H. Na modalidade de impressão direta sobre peças prontas, a empresa ofereceu duas opções de equipamento: a SureColor F3070 e a Epson F2100.
Em sua primeira participação na FuturePrint, a Falcon Têxtil lançou a Linha ECO de tecidos esportivos inteligentes, produzidos com fios reciclados a partir de garrafas PETs. “Trata-se de um desenvolvimento que exigiu amplo trabalho de pesquisa e inúmeros testes que resultaram na produção de tecidos esportivos com alto valor agregado. Eles contribuem diretamente para a melhora da performance de atletas, além da beleza das tramas, toque macio, bom caimento e alta aceitabilidade à sublimação”, segundo o CEO da Falcon, Fábio Oliveira.
A Global Química/Grupo Bloom, em parceria com a fabricante Kornit, destacou soluções que proporcionam o desenvolvimento de novos conceitos de negócios têxteis. “Mostramos máquinas e insumos alinhados com alta tecnologia e sustentabilidade. São sistemas que proporcionam produção on demand, ou seja, a rápida impressão sem necessidade de estoque, com maior aproveitamento de tintas e zero desperdício. A redução do uso de água nos processos é outro destaque das nossas soluções”, destacou Felipe Simeoni, gerente de marketing e inteligência de mercado do Grupo Bloom.
3º Decor Wrapping Brazil
Maior campeonato de envelopamento decorativo da América Latina, o Decor Wrapping Brazil foi realizado dentro da FuturePrint. Os vencedores da edição deste ano foram premiados no último dia da feira. As eliminatórias do concurso promovido pela Imprimax, fabricante de películas autoadesivas, foram realizadas ao longo de quatro dias e contou com mais de 70 participantes.
"Nossa participação na FuturePrint foi extremamente proveitosa. O índice de participação foi muito alto, com um público altamente qualificado. Ressalto também a estrutura da FuturePrint, que esteve excelente, assim como a organização do evento. Nosso concurso contou com mais de 70 participantes”, afirmou Igor Paiva, gerente de marketing da Imprimax.
Os vencedores são da 3ª edição do campeonato de envelopamento Decor Wrapping Brazil foram:
- 1º lugar: André William Alves Evangelista e Bismarkis Santos (que receberam R$31 mil em prêmios);
- 2º lugar: Ramon Neves e Isaac Marques (que receberam R$20 mil em prêmios;
- 3º lugar: Lucas Erivan e Rafael Crispim (que receberam R$8,2 mil em prêmios).
Sustentabilidade na estamparia
Uma das atrações da FuturePrint 2022 foi o Fórum FutureTêxtil, com uma programação de palestras gratuitas sobre design de estampas, tendências e tecnologias para a indústria têxtil, estamparia digital e diversificação de negócios no têxtil. Além das palestras, o público teve a oportunidade de tirar dúvidas com especialistas sobre tipos de impressões e suas aplicações para iniciar ou ampliar uma estamparia têxtil digital.
Sustentabilidade na estamparia foi uma das temáticas do Fórum. “Há uma atenção grande à sustentabilidade e à adoção de sistemas mais limpos de impressão em tecido. Por isso, os temas do Fórum são muito oportunos para o momento que vivemos, principalmente diante da alta necessidade de termos processos sustentáveis, que garantam um futuro melhor para o planeta e para as pessoas”, analisou o diretor técnico da ArtZone Arte & Tecnologia Herculano Ferreira, um dos curadores do Fórum FutureTêxtil.
“ESG no mercado da moda: boas práticas e competitividade” foi o tema abordado por Luciane Robic, cofundadora e diretora de marketing do Instituto Brasileiro de Moda (IBModa), que detalhou o que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e qual a importância dessa agenda na indústria da moda, destacando como a tendência do consumo consciente e sustentável tem estado cada vez mais presente no comportamento dos consumidores. “Este é um momento de tomada de ação para que possamos promover a mudança no processo produtivo”, afirmou Robic.
As etapas da produção na estamparia digital também foram abordadas no Fórum FutureTêxtil, desde a pesquisa de tendências até o desenvolvimento dos projetos. Camilla Bologna, designer de superfícies e estampas exclusivas, tratou de tendências no processo de estamparia digital e de novas formas de produzir. “Há uma tendência de estampas ultracoloridas, com diversos efeitos visuais, e o desenvolvimento de estampas a partir da modelagem, o que confere à peça um aspecto mais elaborado, original e único. As marcas querem os efeitos visuais que a estamparia digital oferece e esse setor está crescendo 15% a cada ano”, informou.
Sublimação em Ação
“O conceito do projeto deu muito certo, que foi o de trazer empresas unidas, mesmo sendo concorrentes, para disponibilizar conhecimento para o público, principalmente as novidades. Como estávamos há dois anos sem feira, ‘acumulamos’ algumas novidades e lançamos tudo nesta edição”, comentou Leonardo Ishii, gerente de Marketing da Gênesis, que participou das atrações “Serigrafia em Ação” e “Sublimação em Ação”. Ambos os eventos contaram com muitos participantes, inclusive de fora de São Paulo, em busca de inovação, negócios e networking.
“A busca pela caneca perfeita” foi tema da palestra ministrada por Pedro Henrique de Oliveira (PH), professor da Escola PhD de Impressão. Segundo ele, a caneca perfeita segue o conceito de marcas, cores e a transferência das imagens de forma perfeita e coordenada. “Abordamos as maiores dificuldades de quem trabalha com sublimação em canecas (em pequenos formatos), como os ajustes de tempo, temperatura, pressão e densidade de cor”, detalhou.
O conteúdo da apresentação, como explicou Oliveira, foi ajustado às principais demandas do mercado. “Conseguimos dialogar com quem está iniciando, com quem já possui experiência, com quem tem um pequeno negócio e até mesmo com quem já tem um grande investimento na área. O mercado está em franca expansão e é sempre necessário trazer mais conhecimento. Isto é o que permitirá melhorar a performance dos produtos”, destacou.
O proprietário da “Amor em Arte”, Alessandro Costa, veio até a FuturePrint 2022 basicamente para acompanhar o Painel Sublimação. “Já fiz um curso com o PH e me ajudou muito a aprimorar o conhecimento em meu negócio. O entendimento do dia a dia, da prática e até mesmo dos ajustes necessários como empreendedor se torna mais claro e objetivo”, apontou.
Acrílico e economia circular
O espaço do Fórum FuturePrint ofereceu, no terceiro dia do evento, debates e palestras sobre o uso do acrílico na comunicação visual. As chapas acrílicas são usadas em muitos projetos, como painéis decorativos, displays, maquetes arquitetônicas, viseiras de segurança, artefatos de decoração, entre outros. Em 2021, o volume comercializado dessas chapas no país chegou a 10.630 toneladas.
João Orlando Vian, executivo do Instituto Latinoamericano do Acrílico (ILAC), abriu o Fórum com a palestra “A função do acrílico na economia circular no pós-pandemia”, que contextualizou o atual momento dessa indústria. “Há cerca de 8 anos o mercado está muito estável. Houve um crescimento por conta da pandemia para a produção de barreiras de separação, mas, no geral, o mercado apresenta estabilidade. A redução do número de lojas físicas é uma realidade diante do aumento das vendas on-line. Por outro lado, o mercado apresenta um crescimento na utilização de móveis corporativos em acrílico. Estes fatores reunidos fazem com que o setor se mantenha estável”, afirmou.
Vian apontou que 60% do consumo do acrílico brasileiro é feito pelo mercado da comunicação visual. “Por isso, destaco a importância deste debate durante a FuturePrint para gerar maior conexão entre estes mercados”, salientou.
Segundo Vian, o acrílico possui pontos bastante favoráveis à economia circular, que vai além de ações de gestão de resíduos e reciclagem, redesenhando processos, aumentando a eficiência e desenvolvendo novos modelos de negócios. “A reciclagem no Brasil ganha muita força e é um importante viés econômico não somente da indústria de plástico, como especificamente do acrílico. Cerca de 25% do acrílico usado no país é reciclado. A economia circular já faz parte do dia a dia da nossa indústria”, frisou.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast) apresentados pelo executivo do ILAC, foram recicladas 1,3 mil toneladas de plástico de forma mecânica, sendo PET o principal deles. Cerca de 18% de todo o plástico consumido é reciclado. “Existem atualmente nove produtores de chapas acrílicas sustentáveis no Brasil, produzindo cerca de 1,3 toneladas anuais, ou seja, 12% do acrílico consumido”, informou Vian, complementando que o setor consegue produzir um quilo de chapa acrílica reciclada com 2kg de sucata.
Soluções para empreendedores
A FuturePrint 2022 contou com a Sala de Crédito, espaço destinado aos empreendedores que buscavam soluções em crédito para impulsionar seus empreendimentos. No local, os visitantes puderam encontrar informações de quatro instituições financeiras: Itaú Empresas, Desenvolve SP, Caixa Econômica Federal e Sicoob.
Segundo o Coordenador de assistência às empresas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), José Roberto Damasceno, esse foi um ambiente favorável ao empreendedor: “Nosso objetivo foi de reduzir custos e produzir novos produtos, oferecendo uma oportunidade para os negócios, principalmente após a pandemia, em um momento no qual as empresas estão ávidas por inovações”, afirmou. “Realizamos atualização de dados, análise de limites e, enfim, a liberação do crédito”.
Damasceno relatou que foram realizados mais de cinquenta atendimentos na Sala de Crédito. “Registramos um movimento muito qualificado para compra de máquinas e equipamentos. Aqui, fomos um ponto de referência e apoio para os participantes, com informações, produtos, prazos e até mesmo carências”, afirmou.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também esteve presente na feira com um ponto de atendimento, na qual especialistas puderam passar informações sobre empreendedorismo, créditos, fluxo de caixa, entre outras informações relevantes, além da realização de uma série de palestras.
Marcos Rabello, Analista de Negócios do Sebrae, destacou que ao abrir a empresa, parte dos empreendedores não levanta informações importantes sobre o mercado. “Sessenta e um por cento não procuraram ajuda de pessoas ou instituições para abertura do negócio, 55% não planejaram como a empresa funcionaria e 50% não determinaram o lucro pretendido”, afirmou. “Por isso é tão importante o desenvolvimento desta rede de informações que promovemos durante a FuturePrint, com atendimentos individuais mais profundos e apresentando um caminho mais seguro sobre o mercado, com orientação e soluções de problemas”, finalizou.
Serigrafia 4.0
Um dos diferenciais da FuturePrint é o “Serigrafia em Ação”, evento paralelo com palestras e demonstrações práticas que em seu primeiro dia abordou temas como impressão de texturas em relevo, montagem de laboratório serigráfico 4.0, produção em carrossel semiautomático, tintas com efeitos especiais em estamparia, serigrafia técnica avançada e investimentos iniciais no setor.
De acordo Leonardo Ishii responsável pela atração e gerente de marketing da Gênesis, o “Serigrafia em Ação” proporciona uma oportunidade muito rica de trocas entre profissionais e visitantes, ao abordar de forma objetiva e prática temas que contribuem para profissionalizar o mercado.
Para Vânio Costa, que ministrou uma palestra sobre produção em carrossel semiautomático, a troca de experiências e o networking é fundamental para que os profissionais evoluam em seu negócio. E sentencia: “quem não entrar de cabeça no on-line vai ficar para trás. Esse é o futuro, um caminho sem volta. É preciso estudar marketing digital, se especializar para se diferenciar no mercado”.
“A serigrafia é o processo de impressão mais versátil que existe, pois pode ser aplicado em diversos materiais, diferentes formas e espessuras de substrato, em qualquer dimensão e material fluido, com efeitos visuais ou funcionais, em cores opacas ou transparentes, seja em processo Pantone de cores definidas ou meio tom via quadricromias. Possibilita efeitos gráficos e de texturas, grande aderência e durabilidade, excelente definição e alta resolução, impressão direta ou indireta via transfer e flexibilidade quanto ao nível de automação”, explica Tarsis Bianchini, diretor da Agabê. Para ele, cada vez mais a automação e a tecnologia da informação aplicadas à manufatura caracterizam a Serigrafia 4.0, que une inteligência artificial, robótica, sistemas cobre-físicos, internet das coisas e computação em nuvem, se traduzindo em operações seguras, precisas e customizáveis, detalha Bianchini.