Tendências e números do mercado global de impressão de grande formato

Por Luiz Ricardo Emanuelli em 10/11/2017
Estudo internacional aponta direções sobre o segmento que não para de crescer

Estudo internacional aponta direções sobre o segmento que não para de crescer

A Keypoint Intelligence, consultoria internacional especializada em análises de mercado, publicou informações de seu estudo Wide format forecast 2016-2021 (Previsões para grandes formatos, de 2016 a 2021), que contém tendências globais que deverão afetar o segmento nos próximos anos. Um dos apontamentos do estudo revela que o crescimento de vendas de hardwares tem diminuído, ao passo que a produtividade dos dispositivos continua a crescer. No entanto, as vendas de mídias e tintas continuam a aumentar. Além disso, as impressoras de grande formato sublimáticas, UV e látex têm contribuído para a expansão da estamparia têxtil digital. Os segmentos gráfico e de decoração são os que mais contribuem para crescimento do mercado.

Principais pontos do estudo

Tecnologia UV: o estudo previu uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 11% para as impressoras UV e UV LED no período de 2015 a 2020, e o mesmo crescimento foi esperado entre 2016 e 2021. As inovações na cura LED têm permitido que esses sistemas estampem maior gama de mídias, tornando-os mais atraentes aos investidores.

Látex: as tintas látex à base d’água continuam a penetrar no segmento. De acordo com o estudo, a látex tende a aumentar cerca de 6% nos próximos cinco anos.

Sublimação: as vendas de material sublimático para sinalização (soft signage) experimentaram um crescimento de 26% em 2016. Atualmente, os tecidos sublimados digitalmente oferecem maior durabilidade em ambientes outdoor. As tintas pigmentadas, sublimáticas, látex e UV podem ser usadas para a impressão têxtil, cada qual com suas características e aplicações.

Eventos: feiras e exposições estão evoluindo com o setor, em constante expansão. Neles, é comum ver tecnologias de pequenos formatos UV, impressoras de grandes formatos para sublimação e revestimentos de parede impressos com tintas de látex, além de vários outros sistemas de impressão digital.

Amadurecimento: embora fusões e aquisições tenham diminuído, o mercado de impressão de grande formato continua a mostrar sinais de maturidade mesmo com a desaceleração geral nas vendas de impressoras. Apesar desse declínio, o estudo aponta que os volumes de impressão de grande formato na América do Norte aumentem de forma constante até 2021.

Única passada: a tecnologia aumentou sua presença em toda a indústria de impressão de grande formato, e segmentos industriais abraçaram completamente essa tecnologia. Somente na América do Norte, espera-se que as máquinas de única passada com tinta aquosa demonstrem uma CAGR de mais de 41% até 2021.

Tintas digitais: o segmento experimentou crescimento em 2016. Impressoras maiores e mais rápidas começaram ser introduzidas no mercado. Novas tintas pigmentadas também deverão ser lançadas. Embora comuns na impressão direta para vestuário (DTG), elas entraram lentamente na indústria têxtil. Tecnologias látex e UV: as vendas de hardware de látex continuam a aumentar, substituindo parte da base instalada de tecnologias solventes. Espera-se que a UV atinja uma CAGR de 6% entre 2016 e 2021.

Tendências

Sofisticação dos provedores de serviços de impressão

Gráficas e birôs de impressão continuam a expandir seus negócios de grandes formatos, e alguns se tornaram muito sofisticados. Por exemplo, a FedEx e a FastSigns estão fornecendo impressões digitais em uma variedade crescente de substratos. A Amazon também entrou no jogo: em janeiro de 2017, a empresa passou a comercializar vestuário personalizado por meio do serviço Merch.

Embalagens

Aplicações de ponto de vendas (PDV) e embalagens para varejo estão permitindo a entrada de birôs com impressoras UV no mercado de embalagens. Há um movimento recente de integração entre os segmentos. Por exemplo: a ISA de 2017, feira de sinalização que aconteceu em abril nos Estados Unidos, foi realizada em conjunto com a Collaboration in Packaging Production, exposição de convertedores de rótulos, etiquetas e embalagens. Essa é uma tendência global.

Impressoras UV de mesa

Recentemente, uma série de impressoras LED UV de mesa foram lançadas no mercado. Mais acessíveis, elas podem estampar artigos diversos, como bolas de golfe e capas de smartphones. Algumas podem acomodar peças de madeira compensada, papelão ou qualquer outro material que se encaixe na mesa de impressão. São aplicações que combinam com lojas de brindes.

Novas opções de mídias

A mídia têxtil pode ser usada para produzir muitas aplicações, como bandeiras e sinalizações retroiluminadas. São produtos que estão cada vez mais populares no mundo, e imitam o desempenho de filmes translúcidos. Os fornecedores de mídias continuam a expandir suas ofertas, e muitos tipos de substratos (canvas, ​poliéster, linho, tapetes de feltro, carpetes etc.) estão mais disponíveis. Há empresas que oferecem uma variedade de mídias especiais para aplicações em janelas, pisos e madeiras. Com o passar do tempo, a impressão em mídias especiais provavelmente aumentará.

Indústria 4.0

Os fabricantes mais experientes de equipamentos estão trabalhando para melhorar a eficiência operacional das máquinas que vendem, para que elas integrem todos os elementos da produção em um único painel de controle, que fornece informações detalhadas sobre qualidade e produtividade. A combinação de dados e automação permitirá que gráficas e birôs maximizem a lucratividade e melhorem a satisfação do cliente. Novos serviços baseados em nuvem suportam componentes de impressão de grande formato, como mídia, design e RIP. Funções como acabamento, rastreamento, arquivamento e revisão também podem ser suportadas por meio dessas ferramentas virtuais.

Acabamento

O acabamento tornou-se mais complexo e pode ser um gargalo. Muitas mesas de corte e routers atualmente fazem corte de contorno, corte de madeiras e metais e até mesmo dobras para criar projetos de embalagens de papelão. Para a impressão de tecidos, são necessárias prensas térmicas. A demanda por costura também está aumentando, mas ela pode ser concretizada por costureiras externas. A robótica também está começando a suportar o carregamento de mídias de grande formato.

Tintas digitais

Inovações em tintas látex, pigmentadas, sublimáticas e UV provavelmente remodelarão o mercado de grande formato nos próximos anos. O desenvolvimento desses insumos permitirão uma produção mais abrangente de aplicações. Por exemplo: a durabilidade melhorada da tinta de látex criará mais possibilidades para aplicações outdoor de alta permanência. Novas tintas pigmentadas criação revestimentos repelentes à água. Novas tecnologias de sublimação oferecerão melhor saturação de cores e menos desperdícios. Em função do alto alongamento, as UV curadas por LED estão se tornando mais aceitas, oferecendo uma alternativa às tintas solventes. Enquanto isso, as últimas tintas de gel prometem cores mais vivas, menores camadas de deposição de tinta e custos mais baixos.

Opinião

O segmento de grandes formatos é diferenciado. Abrange muitas indústrias, suporta uma gama cada vez maior de aplicações e mostra sinais de amadurecimento. À medida que as impressoras e tintas continuam a evoluir, o setor evolui. O crescimento saudável e o crescente número de tipos de dispositivos significam que nunca houve um momento melhor para que as gráficas e birôs entrarem para o mercado de impressão de grande formato.



Roland DG lança impressoras VersaUV LEC2 e S-Series

Por Luiz Ricardo Emanuelli em 22/01/2021
Modelos VersaUV LEC2 imprimem e cortam

Modelos VersaUV LEC2 imprimem e cortam

A fabricante Roland DG anunciou no mercado internacional duas novas linhas de impressoras UV: a VersaUV LEC2 e a S-Series. Ainda não há previsão de lançamento das máquinas no Brasil.

VersaUV LEC2

Com sistema rolo a rolo e recorte integrado, a VersaUV LEC2 está disponível nas larguras de 762mm (LEC2-330) e 1.625mm (LEC2-640).

Voltada para produção de aplicações internas e externas, a série é indicada para empresas de embalagens e protótipos e birôs que buscam adicionar qualidade premium e efeitos especiais a uma ampla gama de peças gráficas e de sinalização.

Para o modelo LEC2-330 estão disponíveis acessórios opcionais como a barra de tensão TB-30 e a mesa de extensão ET-30, que possibilitam a impressão de filmes finos e rótulos com contorno e protótipos de papelão.

O modelo LEC2-640 vem com tinta branca de alta opacidade, para a impressão em materiais transparentes e produção de gráficos para vitrines.

VersaUV S-Series

Com sistema plano de alimentação de substratos, essa nova linha imprime em mídias flexíveis e rígidas.

A S-Series é indicada para birôs de sinalização, lojas de personalização, gráficas industriais e especialistas em embalagens.

A S-Series é oferecida em uma variedade de tamanhos para se adequar a diferentes ambientes de produção. A linha agrega modelos com diferentes larguras (762mm e 1.625mm) e configurações de comprimento (F200, F300 e F400), além de trabalhar com mídias com 230mm de altura.

Tintas ECO-UV EUV5

Todos os modelos VersaUV LEC2 e S-Series empregam a nova tinta EUV5, em configurações de CMYK duplo (para maior produtividade) ou de CMYK com primer e branco. A tinta branca adiciona realces e pode ser usada como fundo para impressão de cores. Já o primer cria acabamentos brilhantes e foscos. Também podem produzir efeitos texturizados, Braille e marcações especializadas para aplicações industriais.

As lâmpadas UV LED de intensidade ajustável possibilitam acabamentos criativos, como aplicações de glitter, realizados por meio de um processo secundário.

Fonte: Roland DG



Como escolher a impressora digital certa para tecidos

Por SGIA Journal em 10/09/2018
O tipo de cabeça de impressão influencia diretamente na qualidade da produção

O tipo de cabeça de impressão influencia diretamente na qualidade da produção

Escolher a impressora inkjet têxtil certa exige uma visão clara do que você quer fazer, além do conhecimento das soluções disponíveis no mercado. É preciso conhecê-las e compará-las para, então, adquirir e usar adequadamente o melhor equipamento.

Este artigo apresenta informações para nortear a aquisição de uma solução de impressão digital têxtil. Porém, ele não abrange questões relacionadas à criação e pré-impressão. Na impressão digital, você precisará de um software de design para “materializar” o que está no arquivo digital. Depois das ferramentas de design, é necessário escolher os componentes de impressão. Você deverá se perguntar: “O que preciso para imprimir as imagens que criei e quais são minhas opções?” Este artigo fornecerá uma visão geral das funções da tecnologia, das cabeças e das tintas.

Um ótimo ponto de partida nesse processo de aquisição é pensar no tecido que você quer estampar. Qual será a aplicação dele depois de impresso? E qual papel ele vai desempenhar no ambiente? Como você vai dar conta das demandas de seus clientes? Depois de responder a essas perguntas, você terá mais condições de avaliar maneiras de imprimir digitalmente em tecidos.

Por que estampar tecidos digitalmente?

A tecnologia inkjet para imprimir digitalmente em tecidos oferece vantagens e limitações. Na inkjet, não há contato entre os tecidos e o mecanismo de impressão. Ao reproduzir designs multicoloridos, os usuários de métodos analógicos (que tocam o tecido) precisam fazer ajustes para evitar falhas causadas pelo próprio contato do substrato com o mecanismo de impressão. Por ser um método diferente, o inkjet dispensa a necessidade desses ajustes e reduz as restrições de projetos. Outras vantagens da inkjet são:

  • Produção de amostras, personalização e curtas tiragens;
  • Personalização de vestuários e designs com alto valor agregado;
  • Impressão de dados variáveis e trocas rápidas de imagens;
  • Entrega just-in-time;
  • Favorecida pelo crescimento do varejo na internet e das vendas de tecidos personalizados;
  • Não está limitada aos padrões de tamanhos de telas serigráficas;
  • Impressão de imagens fotográficas de qualidade;
  • Renderização de milhões de cores com quatro, seis ou oito cores de processo;
  • Impressão em tecidos grandes, o que é particularmente útil para soft signage;
  • Elimina a maioria dos requisitos dos processos analógicos, como filmes, telas, registro e armazenamento de matrizes;
  • Reduz o gasto com tinta, a poluição e os impactos ambientais;
  • Criação e prova das imagens que serão impressas.

Ao apresentar uma das vantagens da impressão inkjet têxtil, Thomas Poetz, CEO da 3T Inkjet Consulting, relata o processo de uma estamparia alemã que emprega tanto uma inkjet da SPGPrints (digital) quanto uma serigrafia (analógica) rotativa com tinta reativa e seis cores. Ele comparou o consumo de água entre os processos. A serigrafia utilizava de 50 a 60 litros de água por metro linear, enquanto a impressora inkjet utilizava de 14 a 20 litros de água por metro linear. Trata-se de uma diferença que resulta na economia de 60% a 70% do uso de água. Poetz também observou que o pós-processamento de tinta inkjet têxtil pigmentada praticamente não consome água. O quadro abaixo compara os dois sistemas:

Característica Impressão digital têxtil Serigrafia têxtil
Número de cores por design Milhões (dentro da gama reproduzível pelas cores de processo) Limitado ao número de cores especiais (spot)
Limites do tamanho do design X (largura da impressora) e Y (não limitada) Tamanho da tela e repetição X e Y limitada 
Resolução Maior que 1.200dpi ~150dpi
Impacto ecológico Menor que o processo analógico Excesso de corantes, desperdício de água e uso de energia
Mínimo que pode ser produzido Um item ou uma jarda De 1 a 3 mil jardas
Tempo de inatividade para trocas Perto de zero De 30 a 60 minutos
Tempo de preparação de uma amostra De 1 a 3 dias De 1 a 3 semanas
Consistência da qualidade de impressão Pode ser muito consistente Pode variar e deve ser monitorada
Velocidade da impressão única passada Maior que 75 metros por minuto Maior que 50 metros por minuto (rotativa)
Velocidade da impressão de múltiplas passadas De 1 a 8 metros por minuto --

 

Desvantagens

A impressão inkjet têxtil, no entanto, apresenta certas desvantagens em relação à impressão têxtil serigráfica plana e rotativa. As cabeças de impressão normalmente exigem que os fluidos tenham viscosidade muito baixa. Elas não trabalham com tintas de alta viscosidade como as usadas para imprimir adesivos para flocagem. Também não podem imprimir glitter e outros insumos com partículas maiores do que as que passam pelos bicos (nozzles) das cabeças.

Atualmente, apesar de as tintas inkjet custarem mais (por unidade de volume) do que as tintas serigráficas, a tecnologia inkjet, geralmente, usa menos tinta para produzir o mesmo design. Além disso, na impressão, muito mais tinta serigráfica é desperdiçada. A serigrafia pode imprimir, de forma econômica e competitiva, tiragens longas de uma mesma imagem. As impressoras inkjet DTG (direct-to-garment) de entrada são muito mais lentas. No entanto, as impressoras inkjet de única passada estão se igualando ou, em alguns casos, excedendo o rendimento das impressoras serigráficas rotativas. Porém, sistemas única passada podem custar de 5 a 6 milhões de dólares. Impressoras DTG industriais também podem corresponder às velocidades de produção de sistemas serigráficos automáticos.

A tendência natural das pessoas de resistir às mudanças e continuar a contar com os processos consolidados (como os sistemas serigráficos rotativos e planos) e os custos de adoção trabalham contra a impressão inkjet têxtil. O tempo, o esforço e as despesas que as empresas precisam investir para a aquisição de uma nova tecnologia acabam retardando o ritmo da disseminação das soluções de estamparia têxtil digital.

Qual sistema inkjet têxtil devo escolher?

As tecnologias inkjet podem imprimir tintas UV, látex, solvente, ecossolvente e tintas têxteis com pigmentos ou corantes. Os sistemas inkjet UV, solvente e ecossolvente podem imprimir tecidos e ser úteis em aplicações “não vestíveis”. O primeiro sistema de impressão inkjet direta para vestuário, que Patrice Giraud e sua equipe desenvolveram em 1994, usava tintas UV pigmentadas à base d’água e produziram materiais com toque macio como as tintas têxteis pigmentadas aquosas com acrilato. A HP tem promovido suas tintas látex para soft signage e impressão de amostras.

Tintas de impressão inkjet têxtil

Presumindo que as vantagens da inkjet superam suas limitações, podemos seguir em frente para analisar os vários componentes tecnológicos e determinar quais produzirão os resultados esperados.

É preciso começar pela configuração das tintas, que devem combinar com os tipos de tecidos que serão impressos. Para que haja a adesão ao substrato têxtil, a tensão superficial da tinta precisa ser menor que a energia superficial da mídia.

Geralmente expressa em dines/centímetro, a tensão (ou energia) superficial é a força que mantém juntas as gotas de tinta. Portanto, para obter a qualidade de impressão desejada, é essencial saber como as gotas são geradas pelas cabeças, como elas se espalham nos substratos e como a umidade ocorre nesses materiais. Estão disponíveis instrumentos capazes de medir a tensão superficial dos substratos e as tensões estática e dinâmica das tintas inkjet. Fabricantes de tintas e substratos podem fornecer as informações necessárias essa questão.

As tintas desempenham a tarefa essencial de colorir os tecidos que deverão possuir características aceitáveis de manuseio, resistência à luz e durabilidade, nos ambientes em que serão colocados. São tintas que usam corantes ou pigmentos. As pigmentadas podem imprimir em uma grande variedade de tipos de tecidos. Elas usam ligantes que encapsulam os pigmentos e aderem aos substratos. Normalmente, depois de impressas, elas criam uma película superficial que produz um toque discernível, o que pode ser inaceitável para algumas aplicações mais delicadas. Por outro lado, as tintas pigmentadas normalmente não se desvanecem tão rapidamente quanto as tintas com corantes quando expostas à luz solar.

Tintas com pigmentos ou corantes podem imprimir diretamente em tecidos

Além das tintas pigmentadas, a impressão inkjet têxtil pode empregar tintas ácidas, reativas, dispersas e sublimáticas (as quatro são à base de corantes). As tintas ácidas são utilizadas em fibras naturais de proteína, como a seda e a lã, e em fibras sintéticas de poliamida, como o nylon. As tintas reativas são usadas em fibras celulósicas, como algodão e rayon. Elas também podem colorir fibras proteicas se o tecido for pré-tratado com uma substância ácida.

O corante disperso e o corante de sublimação são membros da mesma família química. Alguns fornecedores oferecem tintas de corante disperso para impressão sublimática. Corantes dispersos e de sublimação são usados para colorir poliéster e algumas formas de poliamida (nylon). Os corantes dispersos são impressos diretamente no tecido, ao passo que os de sublimação são impressos no papel e depois transferidos por meio de calor e pressão para o tecido ou outro material receptivo.

Outras tintas à base de corantes também estão disponíveis para tecidos e aplicações específicas. Corantes catiônicos, por exemplo, podem imprimir em tecidos de fibra acrílica.

A maioria das tintas inkjet têxteis é a base d’água. Os tecidos de fibras naturais tendem a absorver água e são descritos como hidrofílicos, ao passo que muitas fibras sintéticas, como o poliéster, são hidrofóbicas e repelem tintas à base d’água. Fibras hidrofílicas podem afastar o corante da área pretendida, o que resulta em uma impressão borrada. As fibras hidrofóbicas podem criar resistência para que as tintas aquosas se liguem a elas.

Quanto aos revestimentos aplicados sobre os tecidos: alguns podem limitar a propagação de gotas de tintas, outros podem aumentar a adesão das gotas.

Cabeças de impressão

A cabeça de impressão também é um elemento essencial na produção. Os principais tipos de cabeças são a jato de tinta contínuo (Continuous Inkjet, CIJ) e a de gotas por demanda (Drop-on-Demand, DOD), que inclui a tecnologia térmica (Thermal Inkjet, TIJ) e a piezo (Piezo Inkjet, PIJ). A piezo é a principal tecnologia usada na impressão inkjet têxtil.

A CIJ foi empregada na primeira impressora DTG e numa impressora única passada chamada Osiris. No entanto, as cabeças CIJ oferecem baixa resolução de imagem.

Quanto à TIJ, a Canon e a Encad ofereceram impressoras têxteis com essa tecnologia, mas sem sucesso comercial. Já as impressoras látex da HP com cabeças TIJ têm aplicações (limitadas) para impressão têxtil.

As cabeças PIJ podem oferecer reproduções em grayscale de alta resolução, com diferentes volumes de gota de tinta, gradações suaves e intensidade de cor. A seguir, há uma relação de algumas das cabeças PIJ que trabalham com tintas têxteis aquosas em equipamentos inkjet para impressão direta ou indireta:

  • Kyocera: KJ4B-QA, KJ4B-0300- G06DS e KJ4B-0150;
  • Fujifilm Dimatix: Samba, StarFire e Q-class;
  • Ricoh: Gen 4, Gen 5 e GH2220;
  • Konica Minolta: KM512i e KM1024i;
  • Epson: DX5, DX7, 5113, TFP e PrecisionCore;
  • Seiko: 508 GS e Seiko SPT1024GS;
  • Panasonic UH-HA820;
  • Xaar: 1201 e as recém-lançadas 5601 e 5501.

Os desenvolvedores melhoraram a precisão e as capacidades das cabeças PIJ ao introduzir sistemas mecânicos microelétricos (MEMS) em suas fábricas. Com a MEMS, essas indústrias usam eletroformação, ataque químico e corte a laser para replicar camadas, peças e detalhes com alta precisão. A MEMS produz peças complexas de forma precisa, consistente e econômica. Fabricantes de cabeças e parceiros como as empresas ST Microelectronics, Rohm Semiconductor, Silex Microsystems e Silicon Sensing desenvolveram formas de industrializar atuadores piezoelétricos. Além disso, estão melhorando outras técnicas para automatizar e refinar todo o processo de fabricação. A Stork Veco B.V. tem sido uma das principais fornecedoras de placas de nozzles eletroformados para vários fabricantes de cabeças.

Os fabricantes de PIJ também estão incluindo a recirculação, que ajuda a manter as partículas de pigmento em suspensão para evitar a coagulação da tinta e o entupimento dos nozzles. A recirculação é particularmente desejável em cabeças que imprimem tintas brancas pigmentadas. Alguns exemplos de PIJ com recirculação são: Fujifilm Dimatix Samba, Seiko SII RC 1536, Konica Minolta KM 1024i, Ricoh MH5421MF e Xaar 5601. A Kyocera apresentou a KJ4C-0360 para o mercado de cerâmicas, mas planeja oferecê-la também para impressão têxtil .

Alguns fabricantes também estão desenvolvendo cabeças de baixo custo. A Ricoh lançou a GH2220 (de 2 cores) e fabricantes chinesas de impressoras adotaram essa tecnologia. A Epson apresentou a 5113 como alternativa para as cabeças DX5 e DX7. No quadro a seguir, há uma relação entre os tipos de cabeças e impressoras onde elas são empregadas:

Cabeças Impressoras

Kyocera KJ4

MS JP, LaRIO, EFI-Reggiani ReNOIR, Aleph, Atexco Vega One, Flora T-180, HopeTech e Miyakoshi MTP

Ricoh Gen4

Mimaki TX400

Ricoh Gen5

Mimaki TX500, d. gen Teleios, Mtex (5032 HS, Vision, 500 C e P), Oric (TX1804-E, TX3202-E, TX1804-G, TX3209 e 3206-G) e Flora (TX, T-100, LJ200T)

Ricoh GH2220

FabricZoom, Oric (TX3750-GH, TX6360-TG), Grando e IQDemy Speedster GH2220

Epson DX-5

Mimaki (JV-33, JV-5) e Mutoh RJ-900

Epson DX-7

Roland XF-640 e Mutoh 1638

Epson 5113

Oric (TX3-BE, TX1802-BE, TX1804-BE) e Grando

Epson T2 Micro PIJ

Epson-Robustelli Monna Lisa

Fujiflm Dimatix Samba

SPGPrints JAVELIN & PIKE, Flora Textra e HopeTech (BD01 e BD02)

Fujiflm Dimatix Starfre SG-1024

Zimmer Colaris3 DX, Tacome KeraJet TS7, Pyung An e HopeTech (BD01, BD02, HF01, HF02, HF03)

Fujiflm Dimatix Q-Class

Kornit Allegro e Kornit DTG

Seiko SII 508GS

Ichinose 2030 e Ftex JS-BT-180

Seiko SII SPT 1024GS

Zimmer Colaris Infniti SK

Panasonic UH-HA820

Mtex (Blu Neo e K) e Mimaki TS300P

Konica Minolta KM Single-pass

Konica Minolta SP-1

Konica Minolta KM 1024i

Nassenger (10, 8, Pro 100 e Pro 120)

Konica Minolta KM 512i

Nassenger Pro 60

 

Sobre os autores

Vince Cahill começou na serigrafia em 1969. Em meados da década de 1970, desenvolveu um método serigráfico plano para imprimir em tecidos de seda para decoração. Em 1980, fundou o The Colorworks, negócio de serigrafia com sua esposa, Claire Hunter, que tem mais de quatro décadas de experiência em operação e administração de empresas de consultoria em impressão. Em 2003, eles formaram a Industrial Printing Solutions (IPS), para distribuir impressoras de impressão digital.

Este artigo foi publicado inicialmente no SGIA Journal e reproduzido pelo InfoSign com a permissão da SGIA (this article first appeared in the SGIA Journal and is reprinted with permissions from the SGIA).



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